Thursday, April 27, 2006


Ela é trash, ela é kitsch, ela é infame.
Musa do neo tropicalismo.
Uma drag-queen às avessas.
Uma adúltera de Nelson Rodrigues.
Uma personagem de quadrinhos de um zine qualquer.
Em qual definição cabe a artista perfomática, cantora e apresentadora de tv , KARINE ALEXANDRINO ????
Isso pode depender da peruca que ela estiver usando..ou dos timbres que vai cantar a próxima canção.
Ela pode ser Zelda Scott, Louise Brooks, Kiki de Montparnasse ou Marylin Monroe...
Mas gosta de se definir como uma mulher tombada : "Mulher-tombada foi o conceito que criei para minha personagem Producta, porque acho que as mulheres deveriam se sentir mesmo um patrimônio, e quando estão vivas ”.
De Fortaleza para o resto do Brasil !
Karine tem dois registros independentes: "Solteira Producta" (2003) e "Querem acabar comigo, Roberto"(2004).
O primeiro está esgotado e ambos chamaram atenção. O segundo, pode comprá-lo aqui.
Assim como ela, suas canções estão além de qualquer definição.
Há um elemento kitsch dramático nas letras e bases eletrônicas, mas ela rejeita overdoses de beats: “para que usar todos os beats do mundo num carnaval inútil?”, indaga.
À primeira vista e ouvida, associei-a à Rita Lee dos tempos dos Mutantes. Ouça “Ninguém verá” e comprove.
Ela é sixty e futurista. Dá para imaginar??? Assim conquistou novo título: musa do neo tropicalismo.
Nossa Producta (personagem que encarna) esbanja criatividade, a começar pelos títulos das canções: “Mullher Io-iô”, “Como me tornei uma mulher adúltera”, “Amor e Glória é só boato”, “Tenho febre mas vou buscar nosso dinheiro”.
E o que dizer de “Baby Doll de Nylon” ????
E ainda consegue encarnar uma francesinha sensual em “Citation” , mas não esquece o Ceará no título da canção,”Loca pos ti” : “é uma forma de falar própria desta terra quente onde a dicção às vezes confunde r com s “, explicou certa vez.
Karine é um verdadeiro trash movie com direito a trilha sonora de primeira e nas horas vagas apresentadora de tv da Rede União com o programa "Liquidificador".
Sua plataforma de lançamento foi o grupo Intocáveis Putz Band... de onde ela alçou um vôo que está longe de acabar...



Deu no NEW YORK TIMES... ela agora é Little Surfer Girl!
Mas são os espanhóis que já podem conhecer o DOCE VENENO DO ESCORPIÃO .
E o escorpião chama-se BRUNA SURFISTINHA – a patricinha que virou prostituta de luxo e agora é autora de um dos maiores sucessos literários da temporada.
O que começou num dos sites mais acessados da net acabou virando livro.
As memórias eróticas da garota de programa mais famosa do Brasil, Bruna Surfistinha, já vendeu 100 mil exemplares por aqui. Nada mal para quem diz que largou a profissão de puta de luxo.
A razão para o sucesso da mini biografia, "Doce Veneno do Escorpião", de Raquel Pacheco (seu nome real) podem ser muitas, mas ela só queria contar as dificuldades da sua vida de prostituta.
"No início, eu só queria extravasar meus sentimentos; nem coloquei uma fotografia ou número de telefone", disse ela. "Eu queria mostrar o que acontece na cabeça de uma garota de programa, e não encontrava nada assim na Net. Eu pensei que, se eu tinha curiosidade, outros também teriam."Talvez Bruna Surfistinha seduza tanto justamente por não se encaixar no perfil de mulher pobre que vende o corpo por um prato de comida. Ela vem de uma familia de classe média e procurou a prostituição por rebeldia diante dos pais rígidos e porque era o meio mais rápido de ser independente...e é claro, que a moça levava muito jeito para a profissão. Com 17 anos saiu de casa e foi a luta, hoje tem 21. Apesar de Bruna ter contado com a ajuda de um jornalista, o livro é mal redigido e confuso, e só mesmo a curiosidade pelas práticas sexuais de uma prostituta de luxo pode explicar tamanho sucesso.

Wednesday, April 26, 2006



Patifaria na estrada..........Ele está de volta.
DJ PATIFE o mais pop dos djs de drum n`bass por essas praias, acaba de lançar o álbum “Na Estrada”.
Esqueça o antecessor “Cool Steps” . Neste “Na Estrada”, Patife se preocupou em selecionar canções e ritmos que ele gosta de ouvir. Portanto, como ele mesmo fez questão de declarar, não é um disco para dançar, embora ritmo não falte. Sua intenção era produzir música para ouvir e curtir.
E o seu gosto é bem eclético! Logo na abertura, uma releitura de “Diariamente” , sucesso na voz de Marisa Monte, aqui interpretada pela desconhecida Camila Andrade sutilmente embalada com o drum n`bass light de Patife.
Vale dizer que cada faixa ganhou um time de músicos para interpretá-las sob a batuta do dj. Sim, ele co-produziu todas as faixas além, é claro, da parte de programação.
E tome releituras ! Reinterpretou clássicos bem distintos como “Overjoyed” (Stevie Wonder) e “Que Pena” (Jorge Benjor) esta última em dueto de Simoninha e a cantora Janaína Holland, dois bons momentos do disco.
Mas não é só de releitura que Patife faz a sua estrada. Há inéditas como “Enigma” de Max Viana (filho de Djavan), uma mpb de beats drum n` bass - pop até a alma ; a ótima “Lovin U” , uma parceira dele com a cantora Justina Curtis que além da boa voz, capricha no piano; “The Secret” , uma bossa gringa, parceria de Patife com a cantora Raissa e Mad Zôo, e o estranho r&b “Forgiven”, na voz de fake diva , da cantora brasileira Georgia Brown, que também assina a canção. E o que dizer do romântico drum n`bass “Link” , na voz de Laura Finochiaro, com direito a violinos?
E ele encerra com “Made In Bahia” que tem uma percussão a la Olodum, aqui produzida pelo grupo Cortejo Afro e Mestre Waldo.... Mais eclético impossível!
Caia na estrada e conheça o que Dj Patife gosta - música brasileira com sotaque drum`n bass, pena que só tenha ficado no sotaque...

Monday, April 24, 2006



"Depois do samba sua música nunca mais foi a mesma".... MARCELO D-2 encontrou o samba e forjou o hip hop brasileiro.
Imprimir uma feição brasuca à um estilo gringo como o hip-hop não foi tarefa fácil, mas Marcelo D-2 fez isso com tamanha maestria que a sua carreira solo se consolidou de forma tão exitosa que não dá nem para sentir saudades do Planet Hemp, uma das bandas mais aclamadas da cena carioca, que misturava rock, hip-hop e marijuana e que o lançou para o Brasil.
Com o album "A procura da batida perfeita"(2003) , seu melhor trabalho, D-2 encontrou finalmente o seu estilo inigualável com o qual vem seduzindo cada vez mais fãs.
Abandonou um pouco a temática recorrente da maconha (a mary jane) e mergulhou no universo do samba, trazendo à tona a malandragem carioca dos morros, a vida dura do povo favelado e muito ritmo e musicalidade, numa interseção inusitada com elementos do hip-hop.
O registro ao vivo ( a prova da consagração) veio com o album "Acústico-MTV-Marcelo D-2" (2004).
Depois de sair do gueto e flertar com o maistream, D-2 está prestes a voltar com o novo disco , "Meu Samba Assim", que sai agora em maio. De saída, logo uma super turnê européia com direito a passagem pelo ROCK IN RIO - Lisboa.
Coincidência ou não, a faixa de trabalho chama-se "Gueto", a única canção disponível e que já rola nas rádios .
Será que o nosso rapper cansou da super exposição e que voltar para o gueto????
Que a bela fórmula da batida perfeita não fique esquecida por aí.... Tomara que seja coisa fina, tipo dj com tamborim!

Friday, April 21, 2006



Circo Voador – um dia qualquer da década de 80 – show do Ratos de Porão- para mim algo imperdível.
Nunca gostei de ouvir um disco do Ratos de Porão em casa, mas não perdia um show deles no Circo Voador. Som pesado e barulhento, em três acordes, como aquele não foi feito para ouvir e sim para sentir e para isso, tem que ser ao vivo.
Boate do Jockei – duas semanas atrás – show do Digitaria – nunca tinha visto um show de electro ao vivo. Um guitarrista, um baixista, uma vocalista apertando os botõesinhos... Muito melhor ao vivo do que em disco...pura energia! Electro tem que ser ao vivo!
Conclusão: o electro hoje é o punk do passado..em postura, em atitute, em músicas de três acordes (ops!)... e o público? Um show à parte... pura energia e vibração.
A vocalista, Daniela Caldellas, assim como a maioria dos punk rockers, tem boa voz , mas é desprovida de qualquer técnica vocal...well, mas se Miss Kittin “canta”... Me senti como anos atrás vendo um daqueles shows...muito visceral !
Ontem ao descobrir o X-WIFE tive mais certeza da minha constatação. A banda é portuguesa do Porto, portanto não os o vi ao vivo e não posso confirmar se há uma tal postura punk de palco, mas foi na sua música que percebi o sotaque de um John Lydon pós moderno.
Fiquei imaginando um show dos electro-gajos.... João Vieira (vocal/guitarra), Fernando Sousa (baixo) e Rui Maia (sintetizadores/bateria/beats).
O disco deles, “Side Effects” acabou de sair e o single “Ping-Pong” é contagiante ! Ouça o X-Wife sem medo dos efeitos colaterais e ...sonoros!

Wednesday, April 19, 2006


O disco de estréia, "Broken Boy Soldiers", só sai no mês que vem, mas o THE RACONTEURS tem grande chance de se tornar hype, tudo porque o badalado Jack White (do White Stripes) lidera a banda ao lado do amigo Brendan Benson. Os dois guitarristas/vocalistas chamaram Jack Lawrence (baixo) e Patrick Keeler (bateria) do Greenhornes para completar o time.
The Raconteurs nasceu por acaso quando White e Benson compuseram a ótima “Steady,as she goes” . O entrosamento foi tanto que resolveram fundar a nova banda.
E quando não há mais nada para criar no rock, o que ficam são as boas canções , além da já citada, só se salvam mais duas: “Level” e “Store bought bones”. O resto é um emaranhado de clichês no qual toda banda que tenta soar anos 70, cai sem piedade.
Em "Together ", tenho a sensação de que Elton John aparecerá para cantar o refrão de "Rocket Man".
Já a canção “Hands” é embalada por acordes de guitarra que lembram um clássico do passado.
E o que não podia faltar: pitadas de Led Zeppelin num blues metido à besta, “Blue Veins” e na faixa título “Broken Boy Soldier”.
Portanto, não deve ter sido por acaso que o single saiu com as duas melhores do album: "Steady, as she goes" e "Store Bought Bones".

Tuesday, April 18, 2006


Mick Jagger disse uma vez que era muito difícil ser original no rock atualmente. E é verdade. Em se tratando de estilo musical o rock já esgotou todas a suas fórmulas.
Mas GUSTAVO CERATI, ex líder da maior banda de rock que a Argentina já conheceu, o Soda Stereo, retorna com seu novo trabalho, “Ahí Vamos” , apostando todas as cartas justamente nele - no rock.
Cerati iniciou carreira solo ainda nos tempos do Soda, mas foi quando a banda já estava extinta que se consagrou com o aclamado “Bocanada” (1999), lançando mão de um pop rock mais experimental, recheado de batidas eletrônicas o que conferiu à sua música um caráter contemporâneo e sofisticado que o marcaria para sempre.
Flertando com outros instrumentos e estilos, Cerati evoluiu muito como músico e cantor.
Com o álbum “Siempre es Hoy”(2002), ele manteve a influência eletrônica porém com um sotaque acentuadamente mais pop que o antecessor, sem contudo ser comercial. Um disco de hits , mas com belas canções e letras.
Em 2004, para aplacar a sede dos fãs editou “Canciones Elegidas” uma compilação de sua trajetória solo (93/04) que trazia a inédita “Tu Loucura” e algumas versões remix.
Qual não foi a surpresa quando Cerati deixou de lado a eletrônica para resgatar o seu sotaque roqueiro ??!!
Decididamente, “Ahí Vamos” é o seu álbum mais rock e também o menos criativo, e embora não seja um disco ruim, é inferior aos seus álbuns anteriores.
Nada de beats, programação e samplers!
Logo de cara o choque: “Al fin Sucede”, a faixa de abertura é um super rock que já dá a pista do que vem mais adiante.... sua guitarra bem alta em riffs nem sempre originais muitas vezes colocando a sua ótima voz em segundo plano.
Porém, quando parece que tudo está perdido Cerati renasce em belas canções como “Lago en el Cielo” (a melhor música do disco) que resgata a sua guitarra supersônica e a sua voz cativante.
Se Cerati só queria soar diferente, um retorno as suas raízes roqueiras parece não ter sido a melhor solução porém, ele sempre consegue surpreender-nos no final: “Outra Piel” , “Medium” e “Jugo de Luna” são ótimas canções que encerram o disco, dando-nos a sensação de que o astro ainda brilha.

Tuesday, April 11, 2006


DE OLHOS BEM ABERTOS
Depois de uma semana com conjuntivite nos olhos e uma involuntária ausência deste meu espaço, vi meu reflexo neste belo cartaz do Festival Internacional de Cinema Erótico (só podia ser) de Barcelona... Foi em 2004, mas me pareceu tão atual...

Monday, April 03, 2006





Vieram do Xingú, mas a tribo é outra; sem arco, sem flecha, sem tambores...com samplers, sintetizadores e muitos beats... A tribo é a do electro e eles são dois: Liana Padilha e Luca Lauri que formam o estreante NOPORN.
Ah, o Xingú ??? Era o clube em São Paulo onde a tribo se reunia para aplaudi-los.
O produtor Dudu Marote também virou fã e produziu o álbum de estréia lançado em janeiro passado, que tem participação, entre outros, do respeitado guitarrista Edgar Scandurra(Ira!) .
A estilista e artista plástica Liana é a dona da voz e autora da maior parte das letras e o webdesigner Luca Lauri é o responsável pela música e programação.
Começaram como djs e foram aprimorando suas perfomances, sempre do tipo live, com cada vez mais interferências vocais de Liana e com bases eletrônicas de Lauri em plena evolução. O NoPorno ganhou vida nas pistas, forjando hits como “Ctrl+Alt+Del”: “quer ser meu robô/quer ser meu brinquedo/seus fios ligados em mim/meus fios plugados nos seus”, recita Liana numa voz provocante. Mas é com a faixa “Xingú” (uma referência as suas origens) que eles abrem o disco; um electro glamourizado que diz, “não paro de pensar em plumas/já faz uns dez anos/ Swaroviski, salão Chinês/make no olho/adoro djs, adoro djs/adoro,adoro,adoro/vou pro Xingú/danço,danço,danço/minha loucura tem trilha sonora".
Erotismo e tecnologia dão o tom do NoPorn; é prá ninguém ficar parado.

Sunday, April 02, 2006


E aí vamos nós.
Já podemos conferir a nova viagem de GUSTAVO CERATI...
"Ahí Vamos", novo disco do astro argentino é totalmente rock.
Ouça aqui a sua incomparável guitarra em 30 segundos de cada canção.